Com história semelhante à de muitos jogadores de futebol brasileiros, Marcos Bonifacio da Rocha, o Marquinho, teve uma infância pobre e viu na paixão pelo futebol o sonho de ascender socialmente e proporcionar melhores condições de vida para seus familiares. E isso ocorreu graças à oportunidade de se mudar para o Japão, onde, em 11 de seus 18 anos como jogador profissional, atuou em cinco clubes – três deles disputando a J. League Division 2 (J2), a divisão de acesso do futebol profissional japonês.   

Nascido e criado na periferia de Taboão da Serra (estado de São Paulo), Marquinho é o segundo mais velho de seis irmãos. A mãe se dividia entre criar os filhos e fazer bicos como diarista; o pai, funileiro, sempre o apoiou e acreditou em seu potencial no futebol. “Em muitos momentos difíceis, ele me deu forças para não desistir. Felizmente, consegui provar que ele estava certo”, lembra, emocionado.  

Meio-campista ofensivo, Marquinho começou a jogar nas categorias de base do extinto Matsubara, do Paraná, onde se profissionalizou. Fundado por nipo-brasileiros, o clube tinha vínculo e promovia intercâmbios com o futebol japonês, o que lhe rendeu, em 1997, um convite para jogar no Montedio Yamagata. Nos anos seguintes, se alternou entre clubes do Brasil e do Japão, tendo atuado novamente pelo Matsubara (1999-2000), além de Albirex Niigata (2001), Kawasaki Frontale (2002), União Barbarense e Internacional de Limeira (2003), Mito HollyHock (2004-2006) e Tonan Maebashi (2007-2010), onde aposentou as chuteiras. 

Amante de futebol, Marquinho, então, viu na carreira de técnico uma maneira de não se distanciar do esporte. Iniciou em escolinhas de futebol japonesas, ministrando treinamentos para crianças durante seis anos. Em 2016, recebeu convite para treinar a categoria sub-14 do Mito HollyHock – pelo qual havia jogado, e que atualmente disputa a J2 –, onde permaneceu por três anos. Desde 2020, é o treinador do time principal do Tonan Maebashi, pelo qual também havia jogado, além de continuar a dar aulas para crianças e adolescentes. Paralelamente, também faz uma “ponte” entre o clube japonês e agentes de futebol, ajudando a promover um intercâmbio que tem trazido jogadores do Brasil, propiciando que eles possam ter experiências semelhantes às suas.